Faz um ano que ...

Dei entrada na maternidade para nascer o meu tesouro precioso.

Havia já alguns dias que andava com contracções só que depois paravam, o tampão mucoso também já tinha saído.

Dia 5 de Maio de 2004, dia de consulta de obstetrícia, consulta das 40 semanas.

A obstetra fez o toque já tinha 2 ou 3 dedos de dilatação.

Se o Marco António não nascesse, era para ir no dia 7 para a maternidade provocar o parto.

A seguir à consulta fomos a casa da minha sogra, era para jantarmos lá.

Ainda bem que tomei lá um lanche, pois enquanto o meu marido tosquiava a caniche da sua mãe, ia marcando o tempo das contracções que cada vez estavam a ficar mais próximas. Até que já estavam de 5 em 5 minutos.

Lá fomos para o hospital, as malas já andavam na bagajeira do carro. Devia ser perto das 6 horas da tarde.

Fiz o CTG. A enfermeira de serviço disse que ainda ia demorar para nascer, que podia regressar a casa e jantar e só então depois voltar ao hospital. Mas assim que me fui levantar de ter feito o CTG, senti-me toda molhada, disse à enfermeira. Fez-me o toque e confirmou que a bolsa das águas tinha rompido. "Para castigo agora vai ter que ficar cá" disse a enfermeira, e eu fiquei toda contente, pois estava desejosa que o tesourinho nascesse.

Vesti a bata de partos, a enfermeira fez-me a depilação e lá fui para o quarto da dilatação, meteram-me a soro com oxcitina para ajudar na dilatação, sempre ligada ao CTG (só retiraram quando já estava pronta para ir para a sala de partos).

O meu marido esteve presente assim como a minha sogra.

Estiveram até às 11 horas da noite até que na mudança de turnos a nova parteira disse para eles irem para casa que chamava o pai quando fosse para ir para a sala de partos.

O meu marido ajudava-me quando via no CTG que lá vinha uma contracção que cada vez eram mais fortes (ajudava-me para me ir preparando que lá vinha mais uma, e bem forte).

Nessa mudança de turnos também houve mudança de ocxitina para mais forte pois a outra continuava com a mesma dilatação com que tinha dado entrada no hospital.

Devia ser perto das 3,30 da manhã quando a parteira ligou ao meu marido, que chegou rápido, pois já estava com a dilatação completa e com o bebé a descer o canal de parto.

Já na sala de partos, a ajuda do papai foi muito importante, já estava a ficar desidratada e pedia água, lá ele me dava uma gotinha com uma gase molhada, a parteira a brincar dizia que ele parecia que estava a tratar de um passarinho com o bico aberto.

Não atinava para fazer força para o meu tesourinho ser expulso do quentinho da mamãe. Ficou com a cabecinha entalada à saída. Lá a parteira explicou como devia fazer, e o meu tesourinho nasceu. Era 3:45 da manhã. Um madrugador. Deve ser por isso que ainda hoje em dia acorda sempre cedo.

Não chorou. A parteira colocou-o em cima de mim, tenho pena que ele ficou de costas viradas para mim, não lhe vi logo a carinha.

Toquei nas costinhas dele. Que sensação tão boa sentir aquele corpinho quentinho! E disse: meu rico filho tão roxinho. Quando o reanimaram e aspiraram é que ele chorou pela primeira vez.

Já cá fora no corredor a avó paterna esperava para conhecer o seu primeiro neto menino pois já tinha 5 netas.

Meu tesouro precioso quando nasceste eras o retratinho todo do papai. Cabelinho escuro com o mesmo jeito do cabelo do pai, olhinhos muito afitados a olhar para o papai que babadinho estava contigo ao colo. Tens a mesma covinha do queixo como a família do papai. Dedos compridos, até os dedinhos dos pés tinham o mesmo jeito dos do papai.

Hoje que já fazes um ano mudas-te um pouco e como uma vez dizerem-me quando te viram (Que engraçado! É de mistura! Tem coisas tuas e coisas do teu marido). Já muitas pessoas dizem que és parecido com a mamãe, continuo a achar que és mais parecido com o papai, tens olhinhos e boca pequena como a mamãe, cara redondinha como o papai, sobrancelhas direitas como as do papai, mas mais finas como as da mamãe. O teu cabelinho agora é castanho claro e fininho, a querer ter jeito. Tens cócegas como a mamãe.

Filho nestes 12 meses que se passaram, vieste dar-nos muita alegria.

À mamãe a partir dos 5 meses quando tiveste a 1ª tosse, muitas noites a dormir mal. Agora é por causa dos dentinhos a sair, que resolveram vir aos 9 meses e meio e vem todos de seguidinha.

Cada dia que passa estás mais desenvolvido, já formas pequenas frases, andas agarradinho na barra da tua caminha.

Adoras: estar na tua creche com as outras crianças, os teus 5 gatos que quando te vêem fogem, sentir o vento a bater na carinha quando passeamos e motas "vrum, vrum" como tu dizes.

Não gostas de bolachas de anis.

E já é quase dia 6 que fazes um ano.

És a melhor coisa que a a mamãe tem, e o papai também.

AMO-TE MUITO MEU RICO FILHO.