Faz muito tempo que quem cortava os cabelos dos tesourinhos era esta mãe.
Primeiro o Marco chorava e nem deixava o barbeiro ou cabeleireiro cortar, passando eu a fazer o corte de cabelo, claro que não ficava perfeito como num profissional, mas lá ia remediando.
Agora aqui onde moramos, o filho de uma nossa vizinha, vem cá aos domingos de manhã cortar cabelos.
Já se passaram dois domingos que o perdemos, pois ele chega pelas 8:30 e se não tem mais clientela, vai-se embora.
Hoje tesourinhos acordaram pouco depois das 8:30.
Para ajudar começou tempo de chuva e frio, mas vestimos uns casacos e toca de ir ao corte de cabelo.
Esperamos pela nossa vez.
O primeiro foi o Marco.
Portou-se lindamente, para quem já não ia há tempos a um barbeiro.
Ia fazendo umas caretas pelas cócegas provocadas ao aparar os cabelinhos das suíças, e de detrás das orelhas.
Júlio... sim estou satisfeita com este filho, foi a sua primeira vez cortar o cabelo fora e portou-se igualmente bem, tal como o mano.
Depois contou-me, que estava com medo de cair da cadeira.
É uma cadeira antiga, como dos meus tempos de crianças em que o senhor meteu uma tábua em cima dos braços da cadeira, para os pequenos ficarem na devida altura.
Júlio pensava que ia cair dali abaixo, que a tábua mexia-se, mas para mim quem se mexia era ele!
Marco ficou com o corte de cabelo todo espetado, pois já é espetado por natureza.
Amanhã quando o pentear vou por gel, e o meu filhote vai ir lindo para a escola!